domingo, 12 de julho de 2009

Olhos carentes

As vezes eu fico pensando em nós e com a noite que cai, sinto um desespero que aprofunda. Você me vêm como algo invisível, distante e existente só nos meus sonhos.
Sonhos bons esses, quietos, cheios de graça. Que duram tornando o tempo lindo, limpo, claro e depois se acaba, fechando o rio da imaginação com uma gota de perda.
Perda do inconcreto, do inexistente , de algo que só é perfeito porque é ireal.Ireal como a claridade na noite mais triste, da procura da felicidade que por ironia foi dobrada e guardada no meu bolso.
Eu não sei se minto pra me divertir, ou se me divirto porque minto. Minto para mim, pros olhos carentes que só cogitam um brilho quando pensam em ti. E pensam em ti o tempo todo.
Hoje eu acordei cedo, vi no céu o que jamais havia visto. Entre as nuvens sorridentes e a luz que me tornava cega, vi meu coração. Ele se formou uniforme, concreto. Meu coração roubado que eu acabo de descobrir que é feito de algodão.
Da verdade careta que eu inventei pra mim, eu só me lembro de uma frase. Aquela que me faz perceber tamanha caretisse. A frase dizia que seria pra sempre "como a estrela que não pára de brilhar até o último minuto de vida ", então concordei com a observação "a verdade alegra aos que amam."
Logo depois me perguntei se realmente te amo. Ou será que esse amor só se tornou essa mentira porque cogita os olhos tristes? Sinto falta do tempo que sabia por quem meus olhos brilhavam.
Mas agora eu discuto como o céu, pergunto se foi ele que roubou meu coração. Ele me responde com um sopro forte de vento, a luz aumenta e meu coração vai se disfazendo, se juntando com outras nuvens que não me pertencem.
E forço a lágrima da perda barrar o rio da imaginação. E em um silêncio só meu cogito o mesmo brilho, sem pensar em ti. Entre os sons do meu pensamento ouço no rádio a voz de Cazuza...
"O seu amor é uma mentira que a minha vaidade quer." E hoje você sopra o vento e destroe o que nunca existiu e continua a não existir. Mas a vaidade dos meus olhos pede ao rio que cogite o brilho.
Hoje acordei cedo, não existe sequer uma nuvem no céu.

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