quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Passeio 1 - Desatino

Os dias se atropelam numa velocidade sem limite, e toda vez que entro em uma rodovia não sei se estou em seu começo ou em seu término. Passo horas do meu dia tentando encontrar um motivo para minhas atitudes e como muitas vezes essa tentativa é nula passo a não ter atitudes para não ficar pensando nelas. A verdade é que estou feliz com o meu passeio, mas há sempre uma brecha para reclamações, não é mesmo?

As recomendações são claras e objetivas: não fale, não durma, não chore e não opine; É o que está gravado pelas instituições que decoram a cidade, os que mandam alegam que a melhor maneira de lutar é o silencio, e isso é uma grande mentira, a palavra é a roda dos carros sem freios e em alta velocidade... É ela quem decide se estaciona ou caminha. Talvez um dia todos tenha ideia do que fazer depois de abrir a boca, as pessoas de hoje não sabem se comem ou falam ou fazem as duas coisas ao mesmo tempo; E quando falam são inofensivos ou encabulados.

Mas um ano está por se findar e eu pouco entendo as consequências disso, pouco consigo contar o que fiz de inédito e esplêndido. Existem certos números em minha cabeça que calculo e não encontro soma alguma. O que acontece na verdade é que todos os meses ou bimestre nossas vidas mudam totalmente e nós, na passeata interminável dos dias difusos, não percebemos essas mudança, e continuamos a viver entre gracejos e lamentos.

Alguns animaizinhos caminham na parede do meu quarto, são insistentes e numerosos que não se importam com o calor e com a limpeza. Caminham de um lado a outro buscando também uma rodovia certa sem inicio e sem fim. Sei bem que o que eles querem se aproxima do desejo do homem, e mesmo assim nós, humanos, repudiamos qualquer filo distante do nosso. Hipocrisia, muito traduz essa palavra, vou reproduzi-la a todos que encontrar pelas ruas, quem sabe assim os poucos se assumem em muitos.

Mayara Cristina Pereira, 10 de novembro de 2011.