terça-feira, 12 de outubro de 2010

Inverno de um ser 3

Tem horas que tenho a vontade de vomitar toda essa dor no papel, mesmo que faltem palavras ou risos, sei que aqui nas letras estou longe desse universo longo e triste. Queria que as brigas não fossem motivo pra eu me sentir assim, queria tua companhia nas tardes de sol pois é teu o meu pranto e aquele que está longe de mim. Conheço os seus provérbios e sei que aí queria estar, mas não me sufoque nessa distância e nem me perca deste altar. Queria te mostrar o meu suspiro em te encontrar pela manhã, por muitas vezes te neguei os meus braços ou então não pude te ter. O perdão já tenho de ti, bem mais cedo que o meu pedido, mas é claro que a faca está posta e a ferida não pode sumir. Guardo nas ações minhas lembranças e sei que a ti faço sorrir, uma coisa deixou de ensinar, que é a força pra te ver partir. Os seus desejos não deixei de lembrar e embrulhei num pedaço de mim, pelos dias vou cuidando de cumpri-los numa tarefa sem fim. Agradeço por estar aqui e me deixar te ver sempre que olho pro céu, te quero nas minhas noites chuvosas para brindar a água do meu mar. É tranqüilo o meu apelo de não perder teu cheiro, nem o gosto de te amar.

Mayara Cristina Pereira, 12 de outubro de 2010