sexta-feira, 14 de maio de 2010

Bom seria se eu fosse um riacho

Liberto é aquele riacho, que remove tudo o que pretende. Carrega consigo mil e seis palavras, que divide em cada terra que percorre. Quando retorna, se transtorna, e passa acariciando as suas margens. É tão teu o teu caminho que mal sabes como segui-lo, se converge de um lado ao outro e exprime todos seus defeitos. Bem sabe ele o que quer. Ora, se faz tranqüilo, ora, quer brincar.

Além do mais é nele que está o segredo do céu, que se reflete todos os dias em águas nunca iguais. Tem ritmo, tem força e tem céu. Que mais queres riacho vazio? Quer flores para te navegar? Bom seria se eu fosse um riacho, e levasse pra longe tudo que não quero mais ter, me cobrisse de flores e suportasse o peso do céu.

Mayara Cristina Pereira 14/maio/2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

O inverno de um ser

Saudai-vos os que amam, porque estes vivem. Vivem na esperança da eternidade e na certeza das árvores que frutificam e adormecem.
Os pensamentos imorais dos caminhos que perdem o sentido a todo inverno, hoje são sujos, calados e secos. Assim como, o sentido das folhas mortas e caladas de uma árvore, que por si viraram terra. A nós também está imposta a terra? Sim, é o solo daqueles que perdem e choram... Esperança frustrada e indeterminada. A explicação está nos olhos de quem sofre, não por uma dor e nem pela morte e sim pela vida, pelo amor. Os céus também choram, choram pela terra desumana e humana que perpetuam aqui. E se equilibra, assim como estamos equilibrados... Ou não. Pudera eu ser fria e fugir dos combates acompanhada. Pudera eu me embriagar de cólera em todas as tardes que me lembrar de ti. Já que o nosso ser é amar... E que nunca morra a jazidas de amor. Chocados pela paz, nunca foi tão tarde te ver sorrir; E a percepção que tenho é que estarei só, como já estou. Mas não completamente... Me apoiarei no mais Forte, me segurarei na saudade adiantada, forjada, reprimida dentro de tua coméia. Tão bela és tu flor de inverno, a tal qual me traz a dor. Quem dera eu pudesse ter-te em todas as estações. Sinto que não virás no próximo inverno, sinto que ficarás a flutuar... Ó bela flor, esteja conosco decifrando seu perfume sortido? Quem dera eu pudesse te confortar no meu abraço. És como a vida que não percorre mais, és como o cajado que me protege de todos os males. Ficarei aqui, à espera do beijo, procurando nos ares a vontade de estar. Ficarei aqui, perto daqueles que te amam, pois os caminhos virão a ser luz um dia.
Em memória de minha avó.

Não sei porque você se foi/Quantas saudades eu senti/E de tristezas vou viver/E aquele adeus não pude dar.../Você marcou na minha vida/Viveu, morreu/Na minha história/Chego a ter medo do futuro/E da solidão/Que em minha porta bate.../Eu corro, fujo desta sombra/Em sonho vejo este passado/E na parede do meu quarto/Ainda está o seu retrato/
Não quero ver prá não lembrar/Pensei até em me mudar/Lugar qualquer que não exista/O pensamento em você... (Tim Maia)

"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14.6)